Para Ediney Jara de Oliveira, compreender as tendências globais do comércio digital é fundamental para interpretar como a economia tradicional está sendo redesenhada em ritmo acelerado. A digitalização do consumo, o surgimento de novos modelos de negócios e a integração entre canais físicos e online deixaram de ser apenas inovação para se tornarem condição de competitividade. O comércio digital, mais do que um canal de venda, tornou-se um ecossistema que conecta dados, logística, meios de pagamento e experiência do cliente em escala global.
Venha entender como essas transformações impactam o comércio tradicional, alteram o comportamento do consumidor e abrem novas oportunidades para empresas de diferentes portes.
O avanço do comércio digital no cenário global
O comércio digital cresce impulsionado por três vetores principais: expansão do acesso à internet, massificação de dispositivos móveis e melhoria das soluções logísticas. Plataformas de e-commerce, marketplaces e redes sociais transnacionais aproximam empresas e consumidores de diferentes países, reduzindo barreiras geográficas e informacionais.

Segundo Ediney Jara de Oliveira, essa expansão não significa apenas aumento de vendas on-line, mas mudança profunda na forma de competir. A comparação de preços em tempo real, a abundância de ofertas e a transparência sobre reputação e qualidade passaram a orientar a decisão do consumidor. Nesse contexto, empresas que não se adaptam à lógica digital perdem visibilidade, relevância e capacidade de dialogar com seus públicos.
Ao mesmo tempo, novos atores entram no jogo: pequenos negócios que utilizam plataformas digitais para vender diretamente, produtores que encurtam a cadeia de intermediação e marcas que nascem já no ambiente on-line, sem presença física. Isso pressiona modelos tradicionais, que precisam rever estratégias de atendimento, sortimento e localização de lojas.
Novas expectativas do consumidor conectado
O consumidor conectado não busca apenas produtos, busca experiência, conveniência e coerência entre o que a marca promete e o que entrega. A jornada de compra tornou-se híbrida: começa na pesquisa on-line, transita por avaliações de outros consumidores e pode se concretizar tanto no ambiente digital quanto na loja física.
Conforme destaca Ediney Jara de Oliveira, algumas expectativas passaram a ser indispensáveis no comércio digital:
- Rapidez e clareza de informação, com descrições completas, fotos de qualidade e políticas transparentes.
- Segurança nas transações, com meios de pagamento confiáveis e proteção de dados.
- Logística eficiente, com prazos realistas, possibilidade de rastreamento e alternativas de entrega.
- Atendimento contínuo, por múltiplos canais (chat, e-mail, redes sociais), com respostas consistentes.
- Personalização, baseada em histórico de compras, preferências e comportamento de navegação.
Essas exigências influenciam também a economia tradicional. Lojas físicas são levadas a adotar padrões de serviço mais altos, integrar sistemas de estoque com canais digitais e oferecer soluções complementares, como retirada em loja de produtos comprados on-line. A fronteira entre o “digital” e o “presencial” se torna cada vez mais difusa.
Modelos híbridos: a integração entre físico e digital
A resposta mais consistente aos impactos do comércio digital sobre a economia tradicional tem sido a adoção de modelos híbridos. Em vez de enxergar o on-line como concorrente direto das lojas físicas, empresas passam a considerar todos os pontos de contato como parte de uma mesma jornada do cliente.
Ediney Jara de Oliveira elucida que essa integração se manifesta em diferentes formatos: lojas que funcionam como showrooms, permitindo que o consumidor experimente o produto e finalize a compra on-line, enquanto há sistemas de retirada em loja para aumentar conveniência e reduzir custos de entrega, e uso de dados coletados digitalmente para orientar ações de merchandising e layout físico.
Nesse modelo, o ponto de venda deixa de ser apenas local de transação para se tornar espaço de relacionamento, experimentação e fortalecimento de marca. A economia tradicional continua existindo, mas passa a operar em sintonia com as lógicas do mundo digital, aproveitando o melhor de cada ambiente.
Desafios para empresas e setores da economia tradicional
A evolução do comércio digital traz desafios relevantes para empresas que construíram sua trajetória baseadas exclusivamente em canais físicos. A necessidade de investir em tecnologia, desenvolver competências digitais e rever processos internos representa, para muitas organizações, uma mudança cultural significativa.
Assim como analisa Ediney Jara de Oliveira, os principais desafios envolvem:
- Revisão de modelos de precificação, considerando custos logísticos e comissões de plataformas.
- Adaptação de processos de atendimento para operar em múltiplos canais simultaneamente.
- Gestão de estoques mais integrada, evitando rupturas e excessos em diferentes pontos de venda.
- Capacitação de equipes para lidar com ferramentas digitais, indicadores de desempenho e análise de dados.
- Reposicionamento de marca, com comunicação consistente tanto no ambiente físico quanto no digital.
Setores com menor tradição em tecnologia tendem a sentir mais intensamente essa pressão, mas também podem encontrar oportunidades ao atender nichos específicos, oferecer serviços de valor agregado e explorar vínculos locais que grandes plataformas não conseguem replicar com facilidade.
Comércio digital como vetor de desenvolvimento econômico
Apesar dos desafios, o comércio digital traz oportunidades significativas de desenvolvimento econômico, especialmente em países com grande diversidade produtiva e forte presença de pequenos negócios. Ao abrir portas para mercados regionais, nacionais e internacionais, ele amplia o alcance de produtos e serviços que antes estavam restritos a um território limitado.
Como considera Ediney Jara de Oliveira, a inclusão de pequenas empresas no universo digital contribui para descentralizar a geração de renda, estimular a inovação e fortalecer cadeias produtivas locais. Quando combinadas com políticas públicas adequadas, iniciativas de capacitação e infraestrutura tecnológica, essas tendências podem reduzir desigualdades e integrar diferentes regiões à economia global.
O movimento não implica o desaparecimento completo da economia tradicional, mas sua reconfiguração. A loja física não perde sua importância, ela ganha novas funções dentro de uma estratégia mais ampla, em que o digital é aliado na construção de relacionamentos, na coleta de dados e na ampliação do alcance da marca.
Autor: Lachesia Inagolor


