Levar tecnologia para os agricultores por meio de programas, acesso a linhas de crédito e políticas que incentivem produção com sustentabilidade. Este é um dos desafios do Governo do Estado, por meio da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) para direcionar o Estado a uma nova fronteira tecnológica, que alie produtividade com sustentabilidade. Algumas destas tecnologias e ações prioritárias para o agronegócio do MS podem ser conferidos durante a 27ª Showtec, que acontece até hoje (23) na Fundação MS, em Maracaju.
Na lista de novidades da feira deste ano constam, sistemas de monitoramento de safra, variedades genéticas híbridas super precoces, pivôs de irrigação movidos a energia solar, drones, carros elétricos, máquinas movidas a combustíveis renováveis, entre outras tecnologias.
“O grande desafio é mostrar ao produtor que o principal critério para elevar a produtividade é a adoção de tecnologia pelos agricultores”, explicou o titular da Semadesc, Jaime Verruck. Ele destaca que a disponibilidade de energia e de conexão de internet são elementos indispensáveis na Agricultura 4.0. “Sabemos que o estado possui energia com matriz renovável (93%) e em quantidade suficiente. Programas de incentivo PDAGRO E PROAPE fomentam o uso de tecnologias e produção sustentável. No setor de produção de energia o estado lançou o programa MS RENOVAVEL, programa este alinhado com a meta do governo de atingir a neutralidade das emissões de carbono até 2030”, relembrou.
Ele enfatiza ainda que na Showtec o Governo é parceiro da iniciativa privada em grandes projetos como o monitoramento da safra, como o SIGA MS em parceria com a Aprosoja, O Zoneamento agroecológico – ZAE com a Embrapa Solos do RJ, entre outras instituições.
“Nosso papel é levar informação tecnológica de qualidade e criar políticas de incentivos diretamente relacionadas a isso. Ofertar financiamento aos produtores por meio do FCO (Fundo Constitucional do Centro-Oeste) e apoio a pesquisa e validação tecnológica por meio da FUNDECT, como no caso da FUNDAÇÂO MS quando liberamos mais de R$ 3 milhões no ano de 2024 para apoio as ações de custeio e investimento. A meta do Governo Riedel é não apenas definir a estratégia, mas motivar estes produtores para que invistam em tecnologia e novas oportunidades”, argumentou.
Irrigação
Outra grande meta que o Governo do Estado aposta é na irrigação. Para isso, segundo Verruck, está sendo criado o Plano Estadual fomento a Irrigação. Um dos objetivos estratégicos é o apoio a criação de polos de irrigação junto com as associações de produtores e o Ministério de Integração e Desenvolvimento (MIDR). “Estamos fazendo um diagnóstico para verificar as potencialidades da atividade no Estado, e qual a região mais adequada para receber o polo de Irrigação com ajuda do Governo federal. Estamos trabalhando para lançar o programa no dia mundial da irrigação que acontece no dia 15 de junho explica o secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável da Semadesc, Rogério Beretta.
“Nós entendemos que esta é a nova fronteira agrícola do Estado. Nós vamos aumentar a produção e produtividade do Estado por meio da irrigação. Aqui estão sendo mostrados novas tecnologias em sistemas de irrigação e o uso da energia solar com bateria para trabalhar durante todo o dia é uma novidade. Este é um grande gargalo devido a nossa rede de distribuição de energia ser deficitária”, reforçou Verruck.
Um destes exemplos é da MS Energy, empresa de energia solar especializada em soluções para o agronegócio, que trouxe para a Showtec desse ano, a demonstração de um pivô ideal para culturas altas com painel de acesso remoto. O pivô funciona 100% por energia solar, uma solução para o produtor rural que utiliza sistemas de irrigação. O pivô é acionado por meio do sistema de energia solar, que armazena energia nas baterias. “O armazenamento de energia através da geração solar com baterias garante que o sistema de irrigação funcione sem depender da rede elétrica, garantindo confiabilidade na produção e reduzindo custos de manutenção e operação”, explicou o sócio- proprietário da empresa, Massimo Parisi.
O sistema de armazenamento de energia destinado ao pivô de irrigação oferece soluções para a agricultura, incluindo a diminuição dos riscos de produção, o aumento da produtividade, a modernização dos sistemas de produção, a autonomia energética e a redução dos custos com energia elétrica.
“Não basta instrumentalizar, mas sim garantir que o uso de maquinários seja adequado. Para cumprir esta meta, o Governo tem se empenhado em incentivar ações que promovam práticas agrícolas mais limpas, descarbonização da atividade, adoção de técnicas no cultivo e uso do solo modernas, readequação e maior aproveitamento de resíduos, e geração de energia renovável. Tudo par se atingir em 2030 o status de Estado Carbono Neutro, proporcionando uma agricultura mais verde e digital”, concluiu.