Impacto da Queda nas Exportações de Milho de Mato Grosso: Análise do Mercado e Perspectivas

Lachesia Inagolor
By Lachesia Inagolor 5 Min Read
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As exportações de milho de Mato Grosso, maior produtor do Brasil, enfrentaram uma queda significativa de 18,25% na safra 2023/24, de acordo com dados recentes do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Esse declínio reflete a menor produção do cereal no estado e tem gerado impactos não apenas nas finanças estaduais, mas também nas negociações internacionais, especialmente em mercados como Vietnã, Egito e Irã, que absorveram a maior parte do milho exportado.

Mato Grosso, tradicionalmente uma potência no setor agrícola, tem sofrido os efeitos de uma safra de milho aquém das expectativas. Entre julho de 2024 e abril de 2025, o estado exportou 23,62 milhões de toneladas de milho, um volume abaixo do registrado no mesmo período do ciclo anterior. A queda na produção de milho impactou diretamente o ritmo das exportações, com reflexos visíveis nas negociações internacionais.

Os principais destinos do milho de Mato Grosso, como Vietnã, Egito e Irã, representaram 60,51% das exportações até abril deste ano. Esses mercados continuam a ser vitais para o escoamento do produto, embora a participação da China, tradicionalmente um grande comprador, tenha despencado drasticamente de 27,90% para apenas 2,50%. A redução da demanda chinesa está ligada tanto a fatores econômicos internos quanto à maior produção de milho no país asiático.

A diminuição das compras pela China é um dos pontos mais relevantes dessa análise. Tradicionalmente o maior importador do milho brasileiro, a China tem investido cada vez mais na expansão de sua produção interna de grãos, resultando em uma redução nas compras externas. Isso impactou diretamente o mercado de Mato Grosso, que antes dependia fortemente desse destino para garantir volumes expressivos de exportações de milho.

Essa mudança no perfil de compradores do milho mato-grossense reflete também uma reconfiguração das dinâmicas comerciais globais. Países como Vietnã e Egito têm se consolidado como compradores regulares do milho do estado, mas a redução no volume exportado reflete uma realidade mais desafiadora para Mato Grosso. Essa diminuição nas exportações poderá influenciar o desempenho do setor agrícola no estado, afetando a balança comercial e a economia local.

A previsão para o encerramento da safra 2023/24 aponta que Mato Grosso exportará cerca de 25,43 milhões de toneladas de milho, um volume que confirma a tendência de recuo nas exportações comparado ao ciclo anterior. Esse número reflete a menor colheita do cereal no estado e mostra a importância de políticas de incentivo à produção para evitar que essas quedas se tornem uma tendência.

A diminuição nas exportações de milho em Mato Grosso também gera uma reflexão sobre a necessidade de adaptação do setor agrícola às novas demandas do mercado global. A diversificação dos destinos de exportação, assim como o investimento em novos mercados, pode ser uma solução para contornar a dependência excessiva de países como a China. Além disso, é importante que os produtores se preparem para as variações climáticas e econômicas, que podem afetar tanto a produção quanto a comercialização do produto.

Com uma projeção de exportação menor para o milho de Mato Grosso, é essencial que os envolvidos no setor se adaptem às mudanças. A redução nas exportações não apenas afeta o estado, mas também as cadeias produtivas e as economias que dependem desse mercado. A diversificação das exportações e a busca por novos parceiros comerciais são, portanto, caminhos necessários para minimizar os impactos e garantir a estabilidade do setor no longo prazo.

A recuperação das exportações de milho de Mato Grosso dependerá de uma série de fatores, incluindo o desempenho da próxima safra, as condições econômicas globais e a adaptação dos produtores às novas exigências do mercado. A diversificação dos mercados compradores e o fortalecimento das relações comerciais com países emergentes serão essenciais para garantir a competitividade do estado no cenário global de commodities. As perspectivas para o setor, embora desafiadoras, podem ser transformadas por meio de inovação e resiliência no campo.

Autor: Lachesia Inagolor

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